sexta-feira, 23 de maio de 2008

Microfisioterapia: o poder das mãos

São José do Rio Preto, 11 de maio de 2008

Renata Fernandes

Com delicadeza e firmeza nas mãos fisioterapeutas de Rio Preto já aplicam a técnica denominada microfisioterapia. Desenvolvida na França por Patrice Bénini e Daniel Grosjean na década de 1980, a microfisioterapia tem a função de restaurar a vitalidade dos tecidos do corpo afetados por traumas. De acordo com a fisioterapeuta de Maringá Riane Scremin, pós-graduada em terapia manual e microfisioterapia, a técnica manual foi desenvolvida depois de estudos aprofundados da embriologia, anatomia e filogênese, ou seja, todas as etapas da evolução humana. A fisioterapeuta de Rio Preto Janaína de Freitas Ferreira, especialista em microfisioterapia, acupuntura, ortopedia e medicina desportiva, explica que o indivíduo para existir tem de passar por todos os estágios que o mundo animal atravessou. “É preciso recapitular todas as espécies que vieram antes de nós. As etapas vividas pelos animais fazem a diferença do sistema nervoso que vai regular o organismo. É a Lei de Recapitulação do biologista filiado à corrente darwiniana Fritz Müller.”

Janaína diz que os especialistas em microfisioterapia recapitulam todas as etapas da vida da pessoa por meio da epiderme humana nas diferentes possibilidades de evolução. “O fisioterapeuta procura no corpo do paciente bloqueios vitais, que representam a perda da energia vital. A investigação é feita por meio da apalpação em locais e pontos específicos do corpo”, afirma Riane. Ela explica que toda vez que o especialista encontra esses bloqueios pode identificar que tipo de agressão sofrida (tóxica, emocional, traumática e/ou viral, entre outras). Riane esclarece que por meio da apalpação o profissional identifica, por exemplo, quais os bloqueios emocionais, aliás esses são os mais freqüentes. “Percebemos se foi por perda, insatisfação, relacionamentos, distâncias, desconfianças, culpa, medos e/ou insegurança, entre outros, assim como identificamos em que etapa da vida isso aconteceu.”

A fisioterapeuta de Maringá explica que essas memórias ficam armazenadas no sistema imune e o corpo é capaz de dar todas essas informações. “Desde a vida fetal, pois feto absorve traumas emocionais ou físicos sofridos durante a gestação da mãe, até os ocorridos na infância, adolescência ou vida adulta. É possível até datar o ano do ocorrido.” Janaína acrescenta que por meio do toque manual em pontos específicos o organismo é estimulado a se autocurar. “Para fazer isso o organismo se beneficia de faculdades que são chamadas de autopoiese (que se refere à reprodução/criação), ou seja, grande capacidade de cicatrização.” Segundo Janaína, é por meio dessa capacidade que se restauram as feridas, se consolidam as fraturas e que o sistema imunológico se protege e defende contra ataques virais e microbiais. “São essas habilidades que permitem a reparação após choques emocionais ou batalhas da vida.”

Ela informa que quando as agressões são maiores do que as possibilidades de defesa do organismo a vitalidade do tecido é prejudicada e essa agressão fica registrada. A microfisioterapia age no sentido de eliminar essa memória junto aos vários tecidos do organismo. De acordo com Riane, ao mesmo tempo em que o especialista tem acesso a essas informações ele “mostra” ao corpo o caminho de saída dessa memória. “Esse é o principal objetivo do tratamento. Ativar o próprio sistema imune com o objetivo de liberar essas memórias que dão origem aos sintomas e doenças.”

Método verifica a causa
A microfisioterapia é muito diferente da fisioterapia convencional porque trabalha na reabilitação do sistema como um todo, começando de dentro para fora. O fisioterapeuta Estevão Mendes, especialista em microfisioterapia e decodificação biológica, afirma que uma das principais diferenças está na abordagem. “O termo micro vem do toque realizado no paciente durante a sessão, pois é muito sutil.” Mendes diz que na abordagem tradicional são necessários vários exames e muita avaliação clínica para o diagnóstico, já na microfisioterapia com a micro-apalpação, o toque sutil, é possível detectar certas patologias. “Equilibramos o indivíduo energeticamente, ou seja, equilibramos sua energia vital quando retiramos as memórias que causam os desequilíbrios. Essas memórias são vibrações desordenadas que o corpo guarda e que desequilibra todo o sistema num efeito cascata”, diz a fisioterapeuta de Maringá Riane Scremin.

A especialista em microfisioterapia Janaína de Freitas Ferreira ressalta que a microfisioterapia não age diretamente nos sintomas, mas nas causas primárias do problema. De acordo com informações da enciclopédia virtual Wikipédia, os princípios de cura seriam semelhantes aos da homeopatia e complementa a medicina tradicional. A microfisioterapia é feita apenas com as mãos, não há a utilização de nenhum aparelho. A quantidade de sessões varia de acordo com o caso. Os especialistas afirmam que há pessoas que sentem grande alívio ou cura completa na primeira sessão, outras na segunda ou terceira. Se até a terceira sessão não houver resultados, provavelmente o paciente não responderá a essa técnica.

Entre os resultados práticos obtidos por meio da técnica estão o alívio imediato da dor, cura de alergias, de fobias, tendinites e síndrome do pânico, problemas vertebrais, de gastrite, gripe, cicatrização rápida, enxaquecas, constipação, comportamentos de irritabilidade em crianças e adultos, problemas do sono, epilepsia e convulsões, entre outros. “A lista é enorme, pois toda desordem tem uma causa primária e ao eliminar essa causa o sintoma vai embora automaticamente”, afirma Riane. Mendes esclarece que apesar de realmente ser possível fazer diagnósticos, ajudar e até curar patologias, a microfisioterapia não é o remédio para todos os males.

Janaína concorda e afirma que a microfisioterapia não é indicada em casos de câncer e em patologias que degradam o sistema nervoso. Ela diz que nesses casos a técnica ajuda a aliviar os sintomas ocasionados pela patologia, mas não a curá-la. Atualmente, segundo informações da Wikipédia, cerca de cinco mil microfisioterapeutas atuam na Europa, a maioria na França e na Bélgica. No Brasil, a técnica começou a ser difundida em 2005. O curso de extensão é destinado a médicos e fisioterapeutas, com duração de dois anos.

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